De volta às ruas, literalmente, deparo-me com a seguinte pauta: tiroteio no Vale do Reginaldo, Jacintinho.
12h de hoje. A caminho já tinha a informação de que havia um bandido baleado. No local, dois corpos estendidos no chão da grota, polícia e curiosos por todos os lados.
Munida de bloquinho e máquina fotográfica enfio pé na lama e vou lá fazer as fotos. Um baleado e outro se fazendo de morto.
Enquanto tento o melhor ângulo, por trás de uma cerca, ouço dois tiros e o coração quase vai à boca.
Olho pra casa mais próxima e penso: se isso continuar vou entrar nessa casa.
No terceiro tiro eu recuo. Casa cheia de homens um tanto... quer dizer, a casa não parecia muito convidativa.
Decidi morrer ali mesmo onde estava.
Passado o tumulto dos tiros é hora de encaminhar as fotos pra redação e a tremedeira quase não deixa, mas tentei manter o semblante de alguém muito corajoso e que já está acostumado com "os ossos do ofício".
Enganei bem. Quer dizer... mais ou menos. Já na saída, próximo ao carro da reportagem, um rapaz bate o pé para tirar a lama e a repórter corajosa aqui grita e corre.
E um morador logo se apressa em comprometer minha imagem. "Olha só que repórter corajosa! basta bater o pé e ela corre!". (MALÉFICO!!!!)
Galera, eles não estão mortos... só fingindo, tá ? |
P.S: Junior de Melo, valeu a força!
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