segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Viúva (s)

imagem ilustrativa
Primeira matéria do dia: Instituto Médico Legal (IML) para conversar com a família de um agente penitenciário assassinado, no último domingo, com vários tiros à porta de casa.

Esse tipo matéria exige um certo tato do repórter, tamanha a inconveniência... mas alguém tinha que fazer !

Sem dificuldades reconheci a família.

Conversei com duas filhas do falecido e com a sua esposa (eles eram casados há 18 anos).

Durante a entrevista com a esposa e filhos ouvi o de sempre: que ele era um homem bom, um pai excelente, um marido maravilhoso e sem inimigos.... nenhuma 'linha de investigação'.

Mas eis que surge uma luz:

Informações ali mesmo no IML davam conta de que a vítima era "um homem muito namorador". Pensei: pode ter sido algo passional, então.

Resolvi apurar melhor. E conversar com mais pessoas da família.

Uma mulher e um rapaz que choravam sem parar me chamaram a atenção. Fui lá e me apresentei.

- Vocês são famíliares do agente?

-Somos.

E continuei. Lá pela terceira pergunta arrisco:

- A senhora tem alguma ideia do que pode ter motivado o assassinato do parente de vocês?

- Não, nada. Ele era muito querido. (respondeu a mulher que eu supunha ser uma irmã, cunhada...)

- Eu ouvi algo sobre a possibilidade de um crime passional... ele seria um tanto... namorador... (insisti)

E vem a resposta inusitada:

- Não. Ele não era namorador. Passamos esses quatro anos casados, temos um filho de três anos e nunca ouvi falar que ele me traía. Era um homem muito bom e fiel...

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