terça-feira, 26 de abril de 2011

A vingança !




Não são apenas os taxistas que têm muitas histórias para contar.

Noite de sábado. Entro num táxi da Pontual, rumo a Cruz das Almas.

No percurso precisava parar num posto para comprar gelo e um refrigerante, mas o taxista estava numa ligação.

- Recebeu minha mensagem, meu amor?

- Então vou desligar. Aí você lê e retorna.

Logo pensei: Tá apaixonado... Não vou incomodar.

Imaginação fértil ainda deduzi: Poxa... Ela recebe mensagem e nem retorna, mas é sempre melhor o homem estar mais apaixonado mesmo...

Aproveitei que ele desligou o celular e pedi para parar no posto.

O telefone dele toca de novo.

Curiosa, nem desci do táxi para comprar o refrigerante. Fiquei apenas com o gelo.

E o taxista seguiu na ligação:

- Não achou a mensagem? Procura no celular do seu marido. Mandei uma igualzinha aquela que você mandou para o telefone da minha esposa. Se vira!

(Passada!)

sábado, 23 de abril de 2011

Dói, mas passa!



Pela bagatela de R$ 727,27 a gente compra a quantidade suficiente de aulas teóricas e práticas para (tentar) se habilitar.

Mas conseguir a habilitação, pelo menos em Maceió é muito mais que ter passado nos testes de direção. No pacote das aulas práticas: testes de resistência e auto-controle.

Com tempo contadinho de aula, metade dele se perde numa fila quilométrica à espera da vez para tentar uma baliza ou meia embreagem. Pontos estratégicos como Jacarecica são os preferidos.

Passados aqueles minutinhos de treino, o aluno volta pro fim da fila para outros tipos de treinos: o da paciência e resistência ao calor (quem aproveita a hora do almoço para as aulas, sabe do que estou falando).

Instrutores ali à sombra e os ‘projetos de motoristas’ nos carros, suando em bicas.

Dono de autoescola há oito anos, seu Gilberto explica:

“Temos que ver pelo lado bom. Esse pessoal já sai preparado, qualificado para encarar o trânsito. E trânsito é isso, calor, estresse... A gente mostra a realidade. Pode doer, mas é assim. E com a rotina eles vão pegando resistência. Vão chegar ao ponto de estar num calor de matar, mas sem sentir (quase) nada”

Falou a voz da experiência. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Bola fora


As crianças carentes do bairro Guaxuma, em Maceió, ganharam um presente: um projeto social com esporte e educação ambiental de graça, no SESC.

Entre os critérios para participar estavam a renda familiar que não poderia passar de dois salários mínimos e a comprovação de que a criança estava matriculada numa escola.

Meu filho, Paulinho, 10 anos se interessou, mas foi alertado: só poderia participar se sobrassem vagas já que a prioridade era para aqueles com menores condições que as dele.

Vagas de sobra, Paulinho vibra.

No primeiro dia do projeto eu me apresso em explicar que aquela roupa que ele acabou de vestir seria... Digamos inadequada.

“Filho, vista uma roupa mais simples, tira essa chuteira cheia de cores. Lá só tem criança carente e eles podem achar que você está se exibindo demais”.

Dica compreendida e aceita.

Na volta para casa Paulinho dispara:

“Mãe, pelo amor de Deus! Quem te falou que crianças carentes são simples???
O mais ESMULAMBADO lá era eu”.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A língua dos anjos


Maceió. Coletivo Ipioca – Ponta Verde. Às 13h.

Duas mocinhas, com idades que não ultrapassariam os 11 anos de idade.

Rostinhos angelicais, farda de colégio e carregadas de livros.

Elas resolvem ocupar os assentos à minha frente e seguem num diálogo que já peguei pela metade.

Menina 1  pergunta:

- O que foi que aconteceu?

Menina 2 responde:

- Mulher... Luci (ou Lucinha) pegou um bucho!

Menina 1

- Foi mesmo? não acredito... de quem?

Menina 2

- Mulé, do machu dela, né?!?

domingo, 10 de abril de 2011

'Proposta' indecente!

Acreditem! É a terceira vez que esse muro desaba em menos de um ano!
É que o dono da casa, o advogado Antônio Luiz Gonzaga, teve a má sorte de ter a construtora Sólida Engenharia (foto abaixo), construindo um prédio residencial (Deus...) por trás da sua casa (ali colado com o muro).
No primeiro e no segundo desabamentos, com prejuízos tão incalculáveis quanto a incompetência dos engenheiros da obra vizinha, a construtora ignorou as "merdas" que fez.

O dono da casa teve que buscar seus direitos na Justiça (Imaginem! E, claro que, ainda aguarda resultado).

O fato é que conseguiu apenas embargar a obra, mas a Justiça se mostrou bem célere (pasmem!) e autorizou que os trabalhos fossem retomados. Para a Justiça, a obra estaria "nos conformes".

Ontem, sábado as 07h da manhã, bastou vir a primeira chuva da temporada e o que aconteceu? Pois é!
Por sorte, os donos, seus filhos e os funcionários - que prestam serviço lá desde o segundo desabamento - não estavam no local na hora que o muro caiu pela terceira vez.

Mais inacreditável que os três desabamentos foi uma sugestão feita por um representante da empresa numa conversa informal: "Justiça lenta, podemos entrar num acordo. A construtora pode até dar um dos apartamentos que estão sendo construídos ali..."

(Imaginem a reação dos donos da casa!)

Se essa construtora não consegue manter um muro de pé... 'que dirá' seis andares de apartamentos.

Megaoferta para quem gosta de viver perigosamente!!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Atirador do Rio: temos que nos manter em estado de choque




O caso do atirador do Rio, que matou 12 crianças e feriu outras 13, choca e nos leva a alguns questionamentos. Passado o impacto das primeiras horas da notícia, começa-se a especular sobre as motivações.

A atrocidade é pauta hoje de todos os jornais, mas na busca por esgotar o fato (que merece ser trabalhado à exaustão sim) abordagens sobre bullyng, possíveis problemas quando aluno daquela escola, transtornos mentais dão a falsa impressão de que não apenas explicam, mas justificam os crimes.

Isso porque quando se colocam no foco as motivações, corre-se sério risco de amenizar o dolo. Algo que não pode acontecer. Temos que ficar chocados, nos manter assim sob total indignação e não deixar que nada intervenha nesse estado.

Aqui em Alagoas, Maceió, tivemos o caso do filho que matou o pai a tiros e o enterrou em casa. E o que se assistiu no decorrer dos acontecimentos foi uma avalanche de justificativas: a vítima seria um pai repressivo, duro, violento... e à medida que o outro lado tomou a mídia, a perda da vida passou a ser tratada como conseqüência. Até mesmo a delegada do caso se sensibilizou. Mas não esqueçamos que o réu confesso – o filho – era um rapaz saudável, maior de idade e que tinha tudo para construir a sua vida longe do contexto repressivo do seu pai. Mas ele optou por acabar com sua vida e ficar na sua casa.

Que a imprensa tenha a medida pelo o seu alto poder de influência e formação.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nem o ‘Negão do Caldo’ escapa

   
Ele estava indignado.

“Tá demais. Os bandidos chegam nesse ponto de ônibus e fazem arrastão direto. Roubam a banca de revistas, as bolsas dos turistas e nada acontece. Esses dias eles acharam pouco e explodiram o caixa eletrônico aí na esquina.
Turista tem dinheiro, o dono da loja também, mas assaltar meu carrinho de confeito é safadeza!”

Olhares e ouvidos mais atentos - no ponto de ônibus, próximo ao posto de combustível Jangadeiros, na manhã de ontem (05) - testemunharam a revolta de Ednaldo, que desabafava sozinho enquanto prendia lixeiros a correntes para evitar que fossem furtados.

Mas o desabafo solitário foi por pouco tempo.

“Meu nome é Ednaldo, mas só gosto que me chame pelo sobrenome: Negão do Caldo”.

Natural de São Miguel dos Milagres, 49 anos, oito filhos e algumas galinhas.

Apresentações feitas ele dispara:

“Aqui cuido da limpeza da praça, vendo DVD, sou jardineiro, segurança, carregador de colchões, etc, etc. Mas às vezes eu me estresso.”

Em poucos minutos Negão do Caldo analisou a violência na região onde trabalha há 25 anos. Segundo ele, a Pajuçara nos últimos cinco anos foi tomada por noieiros – usuários de crack  - e desde então nem seu carrinho de confeito tem escapado.

“Eu amarro tudo, boto lona no carrinho, encho de madeira, mas não tem jeito... na hora do cochilo levam o que bem querem. Isso acontece muito nos dias de sinistro (ruas esvaziadas). Eles fazem arrastão aqui nos fins de semana e até as coisas do ‘peão de trecho’ aqui (ele mesmo) eles levam. Não perdoam. E nem eu.”

Negão do Caldo explicou que para sua segurança usa um cabo de força (todo em ferro) e que quando tem que agir, age. Mostrou o local onde os bandidos costumam ficar, de onde vêm, como atuam. Tudo nos mínimos detalhes.

Ele realmente é um conhecedor da área.

“Eu sei de tudo aqui, vejo tudo. Não escapa nada”.

Pegando a deixa eu pergunto: “E o assalto recente naquele posto de combustível ali explodiram o caixa eletrônico e levaram todo o dinheiro...

“É isso mesmo!” disse empolgado. Parecia ter muito a dizer.

E continuou: “Antes deixa eu explicar: esse negócio (explosão do caixa) não foram os noieiros não, porque esses roubam meu carrinho de confeito, a sua bolsa.
Isso foi coisa de bandido estudado. Deixa te explicar como acontece...”

E num arroubou de discrição ele arremata:

 “Quer saber minha filha é como eu sempre digo: aqui eu sou cego, surdo e mudo”.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Japão pede socorro e o português também!!!!!!!

     Pensando bem... faz sentido. Teria pensado o autor: - palavras no plural terminam em S, logo...
     Mas com uma coisa temos que concordar: Só mesmo Cristo pra salvar.

P.S: Faixa exposta em Maceió. 'No pé da Ladeira' que dá acesso ao Jacintinho (Via Canal 5).
P.S 2: Não desconsideremos a intenção.

Jogo rápido:

      No dia 11 de março de 2011, o Nordeste do Japão foi atingido por um intenso terremoto de magnitude de 8,9 e por fortes ondas. O tsunami é um fenômeno da natureza causado por erupções vulcânicas, terremotos submarinos e movimentações  no fundo dos oceanos, esses comportamentos geram uma série de ondas fortes caracterizadas por intensa velocidade e altura acentuada.
      O país foi arrasado. Estruturas inteiras de cidades foram arrastadas pelas forças das águas, mas o pior saldo foram as vidas. Segundo os últimos números oficiais, 11.734 mortos e 16.375 desaparecidos em 12 províncias. Apenas 32 corpos foram resgatados até hoje.
      Esse foi o fenômemo mais drásticos no Japão desde o século XIX.

sábado, 2 de abril de 2011

O *Sádico motorista de ônibus


    
     Na última sexta-feira (25) os usuários de um dos coletivos UFAL-IPIOCA viram na prática que o que é ruim pode ficar pior.
     Não bastasse as altas temperaturas e a espera de pelo menos uma hora e meia nos pontos, o ônibus - que normalmente é superlotado a qualquer hora do dia - teve que rodar com o dobro do tumulto (não há de se falar em capacidade).
     O cobrador explicou que dois carros estavam quebrados.
     Mesmo num "imprensado da gota", a cada ponto o motorista fazia questão de parar e assistir à bagaceira: gente empurrando, xingando, suando em bicas. Ele se divertia, tenho certeza.
     E finalmente chegou o momento esperado: não cabia mais ninguém. Parado no ponto, uma fila se formou na tentativa de se espremer junto a multidão dentro do coletivo, mas a fila não andava.
     Minha sensação era de vingança. Finalmente o motorista percebeu que o negócio tava f... e agora ele tinha um monte de gente do lado de fora aguardando um milagre acontecer e a fila andar e o alvo dos olhares estressados era o infeliz. Adorei.
     Pensei: - quero ver como ele vai fazer agora, se ele fechar essa porta, o povo vai jogar pedra (nele,espero!).
     E numa atitude inusitada o motorista enxugou o suor com a flanela, saiu da direção e desceu do ônibus. Ocupou o último lugar da fila que aguardava lá fora e começou a "tanger" o povo pra dentro. Entupiu.
     Esse realmente se diverte trabalhando.

*sádico - pessoa que gosta de provocar e - ou assistir o sofrimento do outro.